José Rubens Siqueira produz “PHM – Pequena História do Mundo”, uma panorâmica que narra a evolução de um macaco que se torna homem, atravessa os turbulentos anos 70 e resolve voltar a ser macaco - é seu filme mais premiado. Em “Estrela Dalva” Siqueira homenageia a cantora Dalva de Oliveira, cuja voz aparece na tela traduzida em um gráfico sonoro, por um negativo de som ótico de cinema.
Na década de 70, a Lei do Curta-Metragem provoca uma explosão na produção, apoiada na realização de congressos de cinema e festivais, e no incentivo da EMBRAFILME - que possuía uma linha de publicação de livros e revistas dedicada ao cinema, e promoveu o acordo Brasil-Canadá (1985), através do qual foi estabelecido o intercâmbio cultural e tecnológico entre o Brasil e o National Film Board do Canadá, e criados os Núcleos para a produção de animação.
Destaca-se o Núcleo de Animação de Campinas, que realiza oficinas pelo Cineduc (Cinema e Educação) e pela Edem (Escola Dinâmica de Ensino Moderno). Desde 1970 o Cineduc divulga e promove o cinema de animação, com oficinas para as crianças - onde foram realizados filmes como “Transformação Natural” (1989), “Amor e Compreensão” (1989) e“Cucaracha” (1991) – e, desde 1989, é responsável pelo Cinema Criança, evento bienal realizado no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. A Edem, do Rio de Janeiro, é pioneira na utilização pedagógica da animação.


Em sua volta, após cinco meses no NFB, é responsável pelo Núcleo de Animação do acordo Brasil-Canadá (1985-87), o primeiro centro de formação profissional em animação no Brasil, que promove o primeiro curso de animação, com a participação dos canadenses Jean Thomas Bédard e Pierre Veilleux. Magalhães cruza o país à procura de artistas interessados no curso. A seguir, o acordo instala três núcleos regionais de animação: o NACE, em Fortaleza, dentro da Universidade Federal do Ceará; o do Rio Grande do Sul, dentro do Instituto Estadual de Cinema; e o de Minas Gerais, integrado no Departamento de Fotografia e Cinema da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais.
Em 1986, Magalhães apresenta “Tem Boi no Trilho”, e em 1993, com Léa Zagury, Aida Coelho e Cesar Coelho, cria o Festival Internacional de Animação Anima Mundi, que torna possível trazer ao país o que há de mais interessante na produção internacional. Em 1996 coordena o filme “Estrela de Oito Pontas”, animado por Fernando Diniz, morador do Hospital Psiquiátrico Pedro II há 50 anos. Por seis anos, Magalhães ajuda a realizar o filme que ganhou três prêmios no Festival de Gramado e o prêmio de melhor animação no Festival de Havana.
Como artista-visitante na University of Southern California em Los Angeles, Magalhães faz, em 2002, “Two-Dois”, animação que une o desenho sobre película ao 3D. É autor de outros curtas, como “Precipitação” (1991) e “Pai Francisco Entrou na Roda” (1997), e de trabalhos para a televisão, como o ratinho de massinha do Castelo Rá-Tim-Bum.
Dos Núcleos Regionais, destaca-se o baiano Francisco Liberato, que realiza o longa-metragem “Boi Aruá”, ao fim de uma filmografia que soma sete curtas, seguindo um estilo popular, baseado na xilogravura e na literatura de cordel.


Dentre os artistas mais representativos da atualidade, não se pode deixar de destacar Cao Hamburger, seguramente um dos nomes mais importantes da televisão brasileira. A ele se devem programas como Castelo Rá-Tim-Bum e vinhetas como Os Urbanóides, ambos produzidos para a TV Cultura. Em 1982 começou com os filmes em Super-8 “A Velhina” e “Bustop”. Em 1987 produziu sua animação mais famosa, “Frankestein Punk”, com colaboração de Eliana Fonseca.
Diferentemente de artistas como Otto Guerra, que privilegiam a animação tradicional, Cao Hamburger trabalha com a animação de bonecos, tanto em seus curtas como nos trabalhos para a TV. Em 2000, realiza seu longa para o cinema, uma versão de Castelo Rá-Tim-Bum, em que o filme live-action convive com a animação de bonecos. Visto que a animação cinematográfica não tem o incentivo e a popularidade merecidos, seu feito reside em popularizar esta forma de arte através da televisão, revolucionando de forma criativa os programas educativos e de entretenimento.
“Cassiopéia”, de 1996, de Clóvis Vieira, inaugura uma nova fase no cinema de animação, como a primeira produção realizada inteiramente por computação gráfica. Com dificuldades técnicas, orçamentárias e de distribuição, o filme foi lançado após a estréia de “Toy Story”, apresentando, em relação a este, uma defasagem de qualidade gigantesca.
Após vinte anos de produção conturbada, “O Grilo Feliz” (2001), de Walbercy Ribas, foi lançado em pouquíssimos cinemas, permaneceu seis meses em cartaz e tornou-se um sucesso de público. Mas o longo tempo de realização deixou reflexos na descontinuidade da narrativa. Apesar disso, o filme sustenta um universo mágico que relembra os clássicos de Walt Disney.
Diferentemente de artistas como Otto Guerra, que privilegiam a animação tradicional, Cao Hamburger trabalha com a animação de bonecos, tanto em seus curtas como nos trabalhos para a TV. Em 2000, realiza seu longa para o cinema, uma versão de Castelo Rá-Tim-Bum, em que o filme live-action convive com a animação de bonecos. Visto que a animação cinematográfica não tem o incentivo e a popularidade merecidos, seu feito reside em popularizar esta forma de arte através da televisão, revolucionando de forma criativa os programas educativos e de entretenimento.
Nos últimos anos, alguns filmes de grande importância estréiam nos cinemas:


E em 2004 é apresentado “Cine Gibi”, de José Márcio Nicolosi, um longa realizado a partir dos personagens das histórias de Maurício de Souza.
De qualquer modo, a animação nacional é mais expressiva em se tratando de curtas-metragens de produção mais barata, que possibilitam o exercício de criatividade.
Nessa área, tem-se uma numerosa produção de diversos artistas, dentre os quais destaca-se Allan Sieber, que começa sua história trabalhando com Otto Guerra, em Porto Alegre. São dele as aberturas do programa “Muvuca”, da Rede Globo, e dos filmes “Houve Uma Vez Dois Verões” e “O Homem que Copiava”, ambos de Jorge Furtado. É autor, ainda, de vinhetas da Rede Globo e de curtas famosos, com os quais foi premiado três vezes pelo HQ Mix, como “Deus é Pai”(1999), lançado no Festival de Gramado, “Os Idiotas Mesmo” (2000), “Negão Bolaoito Talk Show” (2000) e “Onde Andará Petrucio Felker” (2001). A promessa de seu próximo filme, “Pereio eu te odeio” - que contará com a participação do próprio Paulo César Pereio - deixa a expectativa de mais uma obra clássica da Toscographics, sua produtora.
Hoje, a Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA), através do estudo da professora Cláudia Bolshaw (PUC-RJ), tem levantado um histórico de animações realizadas no Brasil, mapeando as principais produções brasileiras em animação até os dias de hoje.
MORENO, Antônio. A Experiência Brasileira do Cinema
de Animação, Artenova, 1978.
Sempre que prevalecer o espírito do peleguismo na animação veremos prosperar "textos" como esses! rs
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